Violência no Campo
Famílias do acampamento Quintino Lira, no Pará, é alvo de ameaças no campo
Por Comunicação do MST no Pará
Da Página do MST
O acampamento Quintino Lira, que resiste há mais de uma década pelas famílias Sem Terra, é alvo de violências da Família de Josué Bengtson, com interesse na terra pública ocupada pelos trabalhadores e trabalhadoras para criação de assentamento.
A família Bengtson acumula um histórico de violência no campo. A fazenda Cambará, hoje acampamento Quintino Lira, é terra pública, com uma parte gerenciada por Marcos Bengtson, filho do ex-deputado federal Josué Bengtson (PTB).
A fazenda Cambará, alvo de disputa dos Bengtson, é uma área de mais de seis mil hectares de terra grilada. A área também faz divisa à terra indígena da etnia Tembé, que no mês de junho recebeu a entrega simbólica da titulação da Terra Indígena do Alto Rio Guamá. No mês de agosto, o acampamento completou 16 anos, e as famílias que realizaram atividades esportivas e brincadeiras hoje vivem temerosos com a perseguição sofrida.
Marcos Bengtson é acusado de ser mandante do assassinato de José Valmeristo Soares, o Caribé, liderança Sem Terra que teve a vida ceifada após uma emboscada em 2010. Mais um caso de impunidade no Pará, pois não houve avanços no julgamento e o acusado responde o processo em liberdade.
Os Bengtson também são responsáveis pela pulverização aérea de agrotóxicos na fazenda em 2021. A ação criminosa atingiu todas as comunidades próximas. O caso foi denunciado e comprovado pelas secretarias de saúde e do meio ambiente do município.
As famílias do Quintino Lira relatam novamente as agressões ao acampamento. “Eles entraram na área e ameaçam destruir nossas roças e nossa casa de farinha, além de ameaças de morte” denunciam as famílias acampadas.
Inúmeros boletins de ocorrências já foram feitos. Após 13 anos de injustiça e morosidade dos órgãos públicos em solucionar e desapropriar a área pública para fins de reforma agrária, o fazendeiro volta a ameaçar e intimidar as famílias acampadas.
Confira o vídeo:
*Editado por Fernanda Alcântara