Nota
Mais de 70 entidades se unem em defesa da justiça tributária e pelo fim dos privilégios
Coalizão ampla exige reformas fiscais urgentes para reverter cortes sociais e combater privilégios, lançando plebiscito popular

Da Página do MST
Mais de 70 organizações sociais, movimentos populares, coletivos feministas, entidades estudantis e entidades da sociedade civil lançaram uma carta para denunciar a pressão de setores econômicos e políticos que atuam para obrigar o governo Lula a fazer cortes no orçamento de áreas sociais e realizar reformas que retiram recursos da área da saúde, educação e da previdência.
Entre os movimentos populares, estão o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central dos Movimentos Populares (CMP), além de entidades do movimento negro e de mulheres.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos), o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e a Oxfam Brasil também assinam a carta.
A carta denuncia a atuação de setores econômicos e da maioria do Congresso Nacional para impedir a aprovação de medidas para tributar as altas rendas e eliminar privilégios no Judiciário e nas Forças Armadas.
Além disso, exigem do Congresso Nacional a aprovação do projeto que isenta do pagamento de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil por mês, mediante a tributação sobre as rendas mais altas. Esse projeto está em tramitação em comissão especial na Câmara dos Deputados sob relatoria do deputado federal Arthur Lira (PP-AL).
“Não aceitamos que as medidas para manter o equilíbrio fiscal sustentem os privilégios da grande burguesia, dos militares e do alto escalão do Judiciário, às custas dos direitos dos mais pobres, dos trabalhadores e dos setores médios”, diz a carta.
Os movimentos populares, centrais sindicais, entidades estudantis e organizações da sociedade civil lançaram também nesta terça-feira (1/7) o Plebiscito Popular Por um Brasil mais Justo, que vai até 7 de setembro. A consulta popular perguntará à população sobre o fim da escala 6×1, a taxação de quem ganha mais de R50mileaisenc\ca~odoimpostoderendaparaquemganhaateˊR5 mil.
EM DEFESA DA JUSTIÇA TRIBUTÁRIA E PELO FIM DOS PRIVILÉGIOS
As forças neoliberais, constituídas pelo grande capital e seus representantes no Congresso Nacional e nos meios de comunicação empresariais, fazem uma ofensiva para obrigar o governo Lula a fazer cortes no orçamento de áreas sociais e reformas que retiram recursos da área da saúde, educação e da previdência.
Para isso, querem obstruir medidas apresentadas pelo governo para tributar especuladores do mercado financeiro, beneficiados pelo nosso sistema de impostos que penaliza quem vive de salários e protege aqueles com renda de mais de 1 milhão de reais por mês. Além disso, bloqueiam medidas para enfrentar os supersalários de juízes e desembargadores e a aposentadoria dos militares.
Assim, o Congresso — majoritariamente formado por representantes das elites econômicas e políticas — age como guardião dos privilégios, bloqueando qualquer tentativa de construir um sistema tributário mais progressivo e de acabar com privilégios para distribuir melhor a riqueza e reduzir as desigualdades históricas que marcam o Brasil.
Não aceitamos que as medidas para manter o equilíbrio fiscal sustentem os privilégios da grande burguesia, dos militares e do alto escalão do Judiciário, às custas dos direitos dos mais pobres, dos trabalhadores e dos setores médios.
Exigimos que o Congresso Nacional aprove as seguintes medidas:
- Isenção do imposto de renda de quem ganha até R$ 5.000,00 por mês, com a consequente cobrança de mais impostos de 141 mil pessoas que ganham mensalmente mais de R$50.000,00.
- Tributação dos super-ricos, de transações financeiras, fundos de especulação e das empresas exportadoras, aumentando a taxação sobre altas rendas, capital e lucros.
- Revisão das renúncias fiscais que correspondem a 4,8% do PIB brasileiro, somando a cada ano R$ 500 bilhões em impostos renunciados.
- Acabar com os privilégios do alto escalão do Judiciário com os supersalários, que representam um gasto de R$ 7 bilhões em remunerações acima do teto estabelecido pela Constituição, e da aposentadoria dos militares, medida que pode render uma economia anual de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.
- Restringir os gastos com emendas parlamentares que estão na faixa de R$ 50 bilhões por ano.
Defendemos também que o Congresso Nacional:
- Preserve os recursos da seguridade social, garantindo os direitos previdenciários e assistenciais, rejeitando uma nova reforma da previdência e a desvinculação das aposentadorias do salário-mínimo.
- Proteja os pisos constitucionais da saúde e da educação, importantes pilares do Estado de bem-estar social.
- Proteja os serviços públicos e o atendimento aos cidadãos, rejeitando propostas de reforma administrativa que prejudiquem a população.
- Preserve as áreas sociais e as políticas públicas para moradia, reforma agrária, direitos das mulheres, igualdade racial e direitos humanos.
É hora de pressionar o Congresso e exigir que o Orçamento Público sirva à maioria, não aos interesses de uma minoria privilegiada.
- Frente Brasil Popular
- Frente Povo Sem Medo
- ADUFMS – Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
- ADUFSJ – Associação dos Docentes da Universidade Federal de São João del-Rei
- APUBH/UFMG – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais
- Associação de Apoio aos Direitos Humanos do Alto Tietê
- Associação Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Gênero
- Casa Laudelina de Campos Mello – Organização da Mulher Negra / Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
- Casa Marielle Franco Brasil
- CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
- CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
- Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores/as da Região Metropolitana de Fortaleza
- Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos
- CMP – Central dos Movimentos Populares
- CMP-MS – Central dos Movimentos Populares de Mato Grosso do Sul
- CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
- DCE-UNIMONTES – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros
- DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
- Diretório Acadêmico de Geografia da Universidade Federal de Alagoas
- Evangélicos pela Justiça
- FECOSUL- Federação dos Comerciários do Sul
- FMPE – Fórum de Mulheres de Pernambuco
- FMM – Fórum Maringaense de Mulheres
- FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
- Fórum Alagoano de Economia Solidária
- Fórum da Amazônia Oriental
- IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
- IJF – Instituto Justiça Fiscal
- INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
- Instituto Alziras
- Instituto Soma Brasil
- Instituto Vidas Amazônicas – Gênero, Democracia e Justiça Socioambiental
- Iser Assessoria
- Jubileu Sul Brasil
- KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço
- LabdadosBrasil
- Levante Popular da Juventude
- Marcha Mundial das Mulheres
- MNCP-PE – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas – Pernambuco
- MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
- MNU – Movimento Negro Unificado
- Movimento Brasil Popular
- Movimento Vaitegorda
- MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
- MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
- N’ZINGA – Coletivo de Mulheres Negras de Minas Gerais
- ONG Taramela ATAC
- OXFAM – Oxfam Brasil
- Panela de Expressão – Etnogastronomia, Gênero e Comunicação
- Partido Comunista Brasileiro – Célula de Maringá/PR
- Pastoral da Juventude Rural
- Pastoral dos Grupos de Família
- Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político
- Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Europeias e Parceiros Brasileiros
- PSOL – Partido Socialismo e Liberdade
- PSOL-AL – PSOL Alagoas
- PSOL – PSOL Maringá/PR
- PÚBLICA – Central do Servidor
- Rede Brasil Afroempreendedor
- Rede da Agricultura Familiar
- Rede de Desenvolvimento Humano
- Rede Feminista de Saúde
- Rede Quilombação
- REDE SAPATÀ – Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos LGBTs Negras
- Resistência PSOL
- Resistência/PSOL – Rio das Ostras/RJ
- SASEAL – Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de Alagoas
- SEB – Sindicato dos Engenheiros da Bahia
- Sempreviva Organização Feminista
- SINDAEN – Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento
- SINSEP/MS – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Mato Grosso do Sul
- SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia
- Terra de Direitos
- UBM – União Brasileira de Mulheres
- UNE – União Nacional dos Estudantes
- GRUPO CURUMIM
- Coletivo Popular Direito à Cidade – Porto Velho – Rondônia
- Sintracoop Maringá