O MST: Nossa história
O avanço da luta pela terra
Após dezesseis anos de existência, o MST já tinha atuação em 23 estados, 1,5 milhão de pessoas, 350 mil famílias assentadas e 100 mil vivendo em acampamentos. Foram construídas associações de produção, comercialização e serviços, além de cooperativas associadas e de agroindustrizalização. No setor de educação no ano 2000 o MST já contava com 1500 escolas públicas nos assentamentos, 150 mil crianças matriculadas e cerca de 3500 professores em escolas onde se desenvolve uma pedagogia específica para o campo.
4° Congresso Nacional
No ano 2000 foi realizado o 4° Congresso Nacional do MST, em que mais de 11 mil pessoas vindas do Brasil e de todo o mundo se reuniram em Brasília no mês de agosto. Com a palavra de ordem “Por um Brasil sem latifúndio”, os Sem Terra resumiam a conjuntura agrária daquele momento. Durante cinco dias foram realizados vários atos, plenárias e exposições. O Congresso foi um momento de confraternização entre as várias culturas do país, com apresentações de artistas do MST, exposição de artes, artesanatos, culinárias, além de bancas de produtos dos assentamentos.
Por um Brasil sem latifúndio.
4º Congresso Nacional do MST
7 a 11 de agosto de 2000
Agronegócio ‘recria’ as sesmarias
Com a eleição do presidente Lula, em 2002, havia uma grande expectativa dos sem-terra por todo o país de que, enfim, aconteceria a reforma agrária. No entanto, a situação da agricultura tem se agravado para os pequenos agricultores e assentados. O modelo agrário-exportador se acentuou, dividindo nosso território em ‘sesmarias’ de monoculturas, como soja, cana-de-açúcar e celulose, além da pecuária extensiva. A aquisição de terras por estrangeiros também atinge níveis nunca antes registrados.
Incentivado pelo governo, o agronegócio tem como lógica a exploração da terra, dos recursos naturais e do trabalho, por meio do financiamento público.
O agronegócio não produz alimentos para o povo brasileiro, deteriora o ambiente, gera poucos empregos
Além disso, o agronegócio se utiliza grandes extensões de terra para a monocultura de exportação, baseada em baixos salários, no uso intensivo de agrotóxicos e de sementes transgênicas. Num contexto de crise econômica mundial, não tem condições de produzir alimentos para a população ou criar postos de trabalho para os agricultores.
Massacre de Felisburgo
O dia do Massacre foi 20 de novembro de 2004. Período: Manhã. A cidade: Felisburgo, em Minas Gerais. Local: Acampamento Terra Prometida.
O dono da fazenda Nova Alegria, ocupada havia dois anos pelo MST, é Adriano Chafik. Ele e mais 17 pistoleiros invadiram o acampamento em uma manhã de sábado atirando aleatoriamente contra os que ali viviam. Além disso, atearam fogo aos barracos, plantação e escola.
O resultado foi a morte de cinco homens, 20 pessoas gravemente feridas, 200 famílias com suas casas e escola em cinzas
Foram assassinados Iraquia Ferreira da Silva, 23 anos; Miguel José dos Santos, 56 anos; Juvenal Jorge da Silva, 65 anos; Francisco Ferreira Nascimento, 72 anos; e Joaquim José dos Santos, 48 anos, todos trabalhadores do campo.