As áreas foram ocupadas na última semana, cobrando um compromisso feito pela empresa Suzano Papel e Celulose de dispor terras para assentar 650 famílias na região
Para denunciar a destruição ambiental e outros perigos da monocultura de eucalipto, o MST ocupou três áreas da empresa Suzano Papel e Celulose na Bahia, na última segunda (27/02)
Foi realizado entre sábado (17) e domingo (18), no assentamento Jacy Rocha do Movimento Sem Terra na Bahia o Encontro Nacional da Rede Alerta contra os Desertos Verdes
Ao lado de ideias de modernidade e higiene, o boom da produção de celulose no Brasil enterrou a cultura caipira sob um lençol de eucaliptos e pinus do tamanho do Líbano
O relatório diz que as empresas de eucalipto impedem a distribuição equitativa da terra e invadem áreas indígenas, quilombolas e de pequenos agricultores
“Quando a empresa fala que só irá plantar uma pequena porcentagem de 2% a 3% de eucalipto transgênico, nós estamos falando de 20 a 30 mil hectares”, adverte engenheiro florestal.
“As lavouras de eucalipto destinadas à pasta de celulose constituem grandes blocos de uma mesma e única planta, multiplicada por técnicas de clonagem”, adverte o engenheiro agrônomo.
A liberação de eucalipto transgênico está para ser votada na manhã desta quinta pela CTNBio. A ocupação se deu no município de Itapetininga, em São Paulo.
O uso dessa variedade visa apenas o aumento da produção para ampliar o lucro da empresa Suzano, desconsiderando os riscos de possíveis problemas ambientais e de saúde.
Por Pedro Calvi Do EcoDebate e Instituto Federal do Paraná
Recente pesquisa do Instituto Federal do Paraná (IFPR), coordenada pelo professor Roberto Martins, aponta que mais de 300 mil hectares no Paraná são propriedade de apenas uma fábrica de celulose e papel. O município de Imbaú é um dos mais afetados pela monocultura. Cerca de 40% do território estão cobertos pela produção industrial de árvores, em grande parte por eucalipto e pinus. Também enfrentam problemas com esse tipo de produção, os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira.
Do IHU On-Line
Fugir das leis ambientais rígidas dos países desenvolvidos e a possibilidade de adquirir terra produtiva e barata fazem do Brasil um dos países em que o mercado da celulose mais se expande.
Um estudo recente apontou que, em menos de dez anos, o Brasil reservou 720 hectares por dia para plantações de eucalipto e a maior parte dessas terras pertence a empresas estrangeiras.
“O Brasil tem custo de mão de obra mais barato e a desregulação ambiental e social ou a possibilidade de violação das leis”, alerta a professora Dirce Suertegaray
Da Folha de S. Paulo
O Brasil ganhou nos últimos anos 720 hectares por dia de plantações de eucalipto. A quantidade, estimada pela Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, equivale a 4,5 parques Ibirapuera ou a 960 campos de futebol.
Parte das novas áreas pertence a empresas estrangeiras, como a sueco-finlandesa Stora-Enso, que viraram um dos principais alvos de críticas de grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem terra).
A árvore é utilizada na fabricação de papel, celulose e carvão vegetal ou aproveitada como madeira.