MST e MAB fazem marcha por Abdon Batista contra construção de barragem

 

Por Rui Fernando Neto, Pepe Pereira dos Santos e Leandro Monteiro Dal Bó
Da Página do MST

 

Por Rui Fernando Neto, Pepe Pereira dos Santos e Leandro Monteiro Dal Bó
Da Página do MST

Na tarde de sexta-feira (10/6), famílias do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) marcharam por 6 quilômetros até o centro de Abdon Batista, na região sul do planalto de Santa Catarina, e realizaram ato contra a construção da barragem da Usina Hidrelétrica Garibaldi.

A manifestação foi realizada para dialogar com a população sobre a importância de lutar por seus direitos coletivamente. Até o momento a empreiteira Triunfo, responsável pela construção da barragem, tem negociado ou expulsado individualmente os agricultores de suas terras que serão alagadas ou ficarão secas se a obra for concluída.  O MAB encaminhou também carta à presidenta Dilma Rousseff sobre o tema.

O ato foi realizado na praça central, em frente à prefeitura. A população parou para ouvir as manifestações. Os trabalhadores da obra também saudaram com palmas os manifestantes.

Os deputados Pedro Baldissera e Luci Choinacki estiveram presentes no ato e fizeram os primeiros contatos com as autoridades e com o empresário para que recebam os representantes dos movimentos. O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) também esteve presente prestando toda sua solidariedade.

Paralelamente ao ato, foi realizada audiência pública no município de Anita Garibaldi, com representantes dos movimentos, da empresa e juiz agrário. A empreiteira já entrou com pedido de reintegração de posse na área do canteiro de obras Desde a semana passada, os movimentos ocupam o canteiro de obras e paralisam a construção da barragem da usina. A reivindicação é que seja aberta negociação imediata com a empreiteira e com o governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo.

Desde 6 de junho, o MST ocupa um latifúndio no município vizinho, chamado Cerro Negro, e o acampamento foi batizado Terra Nova. Na região, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já vistoriou algumas áreas que poderão ser desapropriadas e destinadas aos Sem Terra.