Mulheres do MST fazem protestos em Ribeirão Preto e Promissão


Por Maria Aparecida
Da Página do MST

 

Na região de Promissão, no interior de São Paulo, cerca de 200 mulheres do MST, acampadas e assentadas das regiões de Promissão e São José do Rio Preto, trancaram por algumas horas a BR-153 (também conhecida como Rodovia Transbrasiliana) para denunciar a paralisação da Reforma Agrária, na manhã de sexta-feira (2/3).


Por Maria Aparecida
Da Página do MST

 

Na região de Promissão, no interior de São Paulo, cerca de 200 mulheres do MST, acampadas e assentadas das regiões de Promissão e São José do Rio Preto, trancaram por algumas horas a BR-153 (também conhecida como Rodovia Transbrasiliana) para denunciar a paralisação da Reforma Agrária, na manhã de sexta-feira (2/3).

Com bandeiras, faixas coloridas e muita animação, as mulheres protestaram contra o fechamento de escolas e a violência contra as mulheres. “A Jornada das Mulheres é um marco na história da luta do MST na região, porque resgata o verdadeiro sentido do 8 de março: de mobilização, de luta por direitos e de enfrentamento ao capital. Trancar uma rodovia significa parar por algumas horas a circulação de mercadorias”, aifrmou Keli Cristina, dirigente do Setor de Gênero do MST.

O principal objetivo da ação foi reivindicar o assentamento imediato das 60 mil famílias do MST acampadas em todo o país, a liberação de créditos e fomento para as mulheres já assentadas e a reabertura das escolas rurais no Assentamento Reunidas.

O protesto denunciou também a violência que atinge cotidianamente as mulheres no Brasil, como o uso abusivo de agrotóxicos, que não respeita o meio ambiente e a saúde humana, e a burocracia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que dificulta o acesso aos direitos, como o salário maternidade e a aposentadoria de trabalhadora rural.

“As mulheres fizeram coro com o restante da classe trabalhadora e disseram não à aprovação das mudanças no Código Florestal Brasileiro, que permite reduzir áreas de Preservação Ambiental e Reserva Legal, bem como anistiar os fazendeiros que cometeram crime ambiental. Pedimos à Presidenta Dilma Roussef que vete o Novo Código Florestal”, dusse Judite Santos, da Direção Estadual do MST.

 

Solidariedade

Mulheres Sem Terra de Ribeirão Preto se reuniram na Praça XV, no centro da cidade, em solidariedade à comunidade do Pinheirinho, de São José dos Campos, na sexta-feira.

O ato contou com a participação de partidos de esquerda e sindicatos que integram, junto com o MST, o comitê de solidariedade “Somos todos Pinheirinho”. Os participantes denunciaram a situação precária das favelas em Ribeirão Preto.

Os manifestantes reconheceram que, em relação à terra urbana e rural, deve-se priorizar o direito à moradia e o direito ao trabalho. O ato também condenou a criminalização das lutas sociais e o modo como a polícia, o poder judiciário e o Estado em geral vêm operando em casos de despejo.

 
   
 

As mulheres levaram canas e as derrubaram no chão enquanto cantavam uma nova versão da música Opinião, de Zé Keti (veja ao lado):

– Podem nos bater / podem nos prender / podem até deixar-nos sem comer / não mudaremos de opinião/ Do Pinheirinho não sairemos, não./ Da Martinópolis não sairemos, não/ Derrubaremos a cana no chão/ e plantaremos arroz e feijão”.

Depois, depositaram alimentos e flores produzidos nos assentamentos da reforma agrária na região.

Encontro Regional das Mulheres do MST

Pela tarde, aconteceu o Encontro Regional das Mulheres do MST, na terra ocupada pelo acampamento “Alexandra Kollontai”, na Fazenda Martinópolis.

A alimentação, a ciranda infantil e a ornamentação do espaço ficaram sob a responsabilidade dos homens do acampamento, para que todas as mulheres pudessem participar das discussões.

No barracão levantado para o evento, onde até duas semanas atrás havia um canavial, as mulheres se organizaram em grupos para estudar um texto sobre as lutas das mulheres trabalhadoras. De volta à plenária, realizaram o encerramento com muitas músicas e gritos de ordem.