Ocupações de terra, prédios públicos e marchas marcam Jornada das Mulheres


Da Página do MST
 
Desde o dia 4 de março, as mulheres camponesas realizam a Jornada de Luta das Mulheres da Via Campesina, quando acontece uma série de atividades em todo o Brasil que relembram o 8 de março.
 
Este ano, a jornada leva o lema “Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos”, e tem como objetivo cobrar a Reforma Agrária, o assentamento das mais de 150 mil famílias acampadas em todo o país e denunciar o modelo destrutivo do agronegócio.
 

Da Página do MST
 
Desde o dia 4 de março, as mulheres camponesas realizam a Jornada de Luta das Mulheres da Via Campesina, quando acontece uma série de atividades em todo o Brasil que relembram o 8 de março.
 
Este ano, a jornada leva o lema “Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos”, e tem como objetivo cobrar a Reforma Agrária, o assentamento das mais de 150 mil famílias acampadas em todo o país e denunciar o modelo destrutivo do agronegócio.
 
Foram ocupadas terras, empresas de agrotóxicos, prédios públicos e realizadas marchas, atos públicos e trancamento de rodovias em diversos estados do Brasil, ao mobilizar até o momento mais de dez mil mulheres camponesas em todo o país.
 
As ações fazem enfrentamento contra o retrocesso das conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, em especial a Reforma Agrária.

DF
 
Nesta quinta-feira (7), os cerca de mil Sem Terra que estão acampadas desde terça-feira no acampamento batizado de Hugo Chávez, em Brasília, ocuparam o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As camponesas cobram a priorização da Reforma Agrária enquanto política agrícola para o país e denunciam o modelo do agronegócio, que segundo elas, utiliza-se de trabalho escravo, enormes quantidades de agrotóxicos, expulsa o trabalhador do campo e não produz alimentos para o povo brasileiro.
 
Ontem pela manhã, as camponesas marcharam junto com outros 50 mil trabalhadores e trabalhadoras de seis centrais sindicais no Distrito Federal, em que uma das principais pautas unitárias é a realização da Reforma Agrária.
 
À tarde, as camponesas promoveram um ato na embaixada da Venezuela, em homenagem à memória do presidente Hugo Chávez e em solidariedade ao povo venezuelano.
 
TO
 
No município de Aliança (TO), cerca de 500 mulheres do MST ocuparam na manhã desta quinta-feira (7) a fazenda Aliança, de propriedade da ruralista Kátia Abreu (PSD-TO), para denunciar os passivos ambientais da área. A fazenda foi embargada em duas situações – 2011 e2012 – pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de Tocantins por desmatamento e derrubamento de árvores e demais formas de vegetação natural em área considerada de preservação permanente.
 
As mulheres também interditaram a rodovia Belém – Brasília.
 
PE
 
Nesta sexta-feira (8), cerca de 400 trabalhadoras rurais do MST e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam a Usina Maravilha, no município de Condado. A Usina Maravilha, pertencente ao Grupo Andrade Queiroz, um dos maiores concentradores de terras do estado. Sem operar desde a década de 1990, a usina cedia terras à Cruangi (cerca de 19 mil hectares) que administrava as duas propriedades.

A usina faliu e não pagou seus funcionários e fornecedores. As dívidas somam aproximadamente R$ 35 milhões. A mobilização tem o objetivo de fazer com que todas as terras das usinas Maravilha e Cruangi sejam desapropriadas para fins de Reforma Agrária.

SP

 
No interior do estado de São Paulo, nesta quinta-feira, por volta de mil mulheres se mobilizaram para denunciar a paralisia da Reforma Agrária. Foram ocupadas duas fazendas (a Fazenda Nazareth, no município de Marabá Paulista e a Fazenda Martinópolis, ligada a Usina Nova União, em Ribeirão Preto) e as sedes da empresa de assistência técnica terceirizada IBS, nos municípios de Bauru e Iaras.

Na região de Itapeva, as camponesas realizaram uma manifestação contra o poder Judiciário e distribuição de alimentos produzidos nos assentamentos da região para a sociedade, no município de Itaporanga, e outras Sem Terra realizaram uma marcha pelo município de São José do Rio Preto, encerrando com ato político em frente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

CE

Cerca de 300 mulheres do MST realizaram na manhã desta sexta-feira (8) protestos contra a política de irrigação desenvolvida pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DENOCS) e pelo governo do estado do Ceará. A ação se deu na segunda etapa do projeto irrigado Tabuleiro de Russas, 162 km de Fortaleza.

O objetivo é denunciar os autos investimentos do governo em áreas destinadas ao agronegócio e a falta de ações concretas e efetivas contra os efeitos da seca.

MS
 
Na manhã desta sexta-feira, cerca de 600 mulheres da Via Campesina e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) trancaram a rodovia BR 264 no município de Nova Alvorada do Sul, em Mato Grosso do Sul,. As camponesas denunciam os milhares de hectares de monocultivo de cana na região e a grande quantidade de agrotóxicos utilizados pelas usinas, que contaminam o Aquífero Guarani.
 
SC

No município de Calmon, cerca de 300 mulheres do MST saíram em marcha nesta sexta-feira rumo à empresa Rigesa S/A, líder global em produção de embalagens, produtos para escritórios, químicos especiais e papel.

A empresa Rigesa subsidiária da MeadWestvaco (empresa Norte Americana, sucessora da Lumber, empresa responsável pela expulsão e assassinato de milhares de caboclos na Guerra do Contestado), está instalada no Brasil há quase 70 anos com filiais localizadas em Manaus, uma perto de Salvador e Fortaleza, uma em São Paulo e outra em Santa Catarina do sul.

RS
 
Na manhã desta sexta-feira, cerca de 500 mulheres do Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Levante ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. A ocupação busca dar visibilidade a pauta geral do Movimento, reivindicando maior agilidade na aquisição de terras, marcação de lotes e fornecimento de água potável para as famílias assentadas.

Elas também realizaram um ato de denúncia em uma das obras da Copa em Porto Alegre, ao se somam às moradoras da região para denunciar a violação de direitos humanos e sociais, marcada pelos despejos e remoções forçados das famílias, trazendo diversas consequências à população.

Na quarta-feira (5), no município de Taquari (RS), 600 mulheres da Via Campesina ocuparam a empresa fabricante de agrotóxicos Milenia. A companhia faz parte do grupo israelense Makhteshim Agan, fabricante de agrotóxicos, sendo a maior unidade industrial localizada fora de Israel.
 
Outras 400 mulheres ligadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Conselho Municipal da Mulher e Escola Família Agrícola realizaram uma marcha no centro da cidade de Santa Cruz do Sul, tendo como tema de denúncia a violência praticada contra as mulheres e a alimentação produzida com agrotóxicos.

SE

Mulheres do MST ocuparam nesta sexta-feira o Incra da cidade de Aracaju, após uma marcha pela cidade junto com o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU) para denunciar o agronegócio e pautar a Reforma Agrária.

As mulheres reivindicam a desapropriação das áreas ocupadas pelas famílias Sem Terra no estado – há mais de 11 mil famílias acampadas em Sergipe – e melhorias na infraestrutura dos assentamentos, como a construção de casas, abastecimento de água, luz e créditos para desenvolver as atividades produtivas das mulheres.

RJ

No municío de Campos dos Goytacazes, 300 mulheres fizeram uma marcha pela cidade e realizaram um ato em frente a Justiça Federal, nesta quinta, para exigir a emissão de posse imediata da Fazenda Cambayba.

PB

Mais 500 mulheres Sem Terra ocuparam a estação de águas do Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa (Pivas), no sertão do estado da Paraíba, há 400 km da capital João Pessos, nesta sexta-feira (8).

O projeto de irrigação capta água dos açudes Coremas e Mãe d’água, distribuindo em mais de 4.390 hectares entre os municípios de Sousa e Aparecida. A ocupação por parte das mulheres é pra denunciar o avanço do agronegócio na região e o enorme uso de água para as plantações de monocultivo.

MG
 
Neste dia 7, as mulheres farão uma vigília em frente ao Tribunal de Justiça, na Av. Afonso Pena, a partir das 21h, em Belo Horizonte. O objetivo é exigir que seja marcada imediatamente a data do julgamento de Adriano Chafik, réu confesso, mandante e executor do Massacre de Felisburgo, episódio no qual cinco trabalhadores foram assassinados e outros 12 ficaram feridos, entre eles uma criança de 12 anos.

Desde o dia 6 de março, 300 mulheres do MST encontram-se acampadas em frente à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizando atividades formativas e manifestações que tem como principal objetivo debater a violência contra as mulheres do campo, denunciar os 36 despejos expedidos desde dezembro de 2012, e clamar por justiça para o Massacre de Felisburgo, que tem previsão para julgamento em abril.
 
MA
 
Em Imperatriz, cerca de 300 as mulheres organizadas pelo MST e a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão (FETAEMA) ocuparam nesta quarta-feira a sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
 
Mobilizadas desde terça-feira (5), as camponesas pressionam a realização de uma audiência para discutir a situação de terras da união ocupadas pelos trabalhadores.
 
BA
 
Na Bahia nesta terça-feira (5), mais de 400 mulheres do MST ocuparam a Fazenda Cultrosa, no município de Camamu, para denunciar a desigualdade social provocada pelos grandes latifúndios na região.
 
No município de Itaberaba, 1200 trabalhadoras e trabalhadores rurais, em sua maioria mulheres, ocuparam a sede regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para reivindicar a liberação imediata das cestas básicas que estão retidas no galpão da Companhia e exigirem a renegociação da dívida contraída por meio do Programa Compra Antecipada.
 
Já na segunda-feira, mais de 1.200 mulheres da Via Campesina ocuparam uma área da Veracel Celulose no município de Itabela (BA) e outras duzentas famílias ocuparam duas áreas da Suzano celulose no município de Teixeira de Freitas, para denunciar à sociedade a ofensiva do agronegócio e os impactos ambientais e sociais que essas empresas provocam na vida da população.
 
PA
 
Em Belém do Pará, começou nesta terça-feira o 2° Encontro das Mulheres do Campo e da Cidade, onde mais de 300 trabalhadoras participam do evento, que será realizado na Escola Estadual Augusto Meira até o dia 8 de março.
 
ES
 
No Espírito Santo, por volta de 300 trabalhadoras e trabalhadores rurais realizaram uma marcha pelas ruas município de Ponto Belo e seguiram em fileira até a cidade vizinho de Mucurici.
 
MT
 
Cerca de 150 camponesas do MST fizeram uma marcha pelas ruas de Cuiabá na segunda-feira. A marcha partiu da Igreja Sagrada Família, no bairro Carumbé, até o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde as camponesas acamparam.
 
Durante a semana, as mulheres Sem Terra farão marchas, protestos e outras atividades políticas e culturais na região.