Piscicultura é alternativa de produção a famílias assentadas da Reforma Agrária



Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST


Os 17 hectares de terras do assentado Ricardo Magnossão, no município de Rosana, se destinam sobretudo a produção de 80 a 120 litros de leite por dia, a depender da época do ano. 

Há seis anos com a conquista de seu lote, Ricardo pretende agora iniciar com a piscicultura, tendo mais uma opção de produção no assentamento e, assim, aumentar a renda da família.

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Os 17 hectares de terras do assentado Ricardo Magnossão, no município de Rosana, se destinam sobretudo a produção de 80 a 120 litros de leite por dia, a depender da época do ano. 

Há seis anos com a conquista de seu lote, Ricardo pretende agora iniciar com a piscicultura, tendo mais uma opção de produção no assentamento e, assim, aumentar a renda da família.

Com esse objetivo em mente, o assentado participou da oficina de qualificação em piscicultura na 1ª Feira da Reforma Agrária de Euclides da Cunha, na região do Pontal do Paranapanema (SP).

Segundo Luis Sabanay, chefe de gabinete do Ministério da Pesca e Aquicultura e quem ministrou a oficina, muitas vezes se esquece que o mundo rural tem outro instrumento de produção além da terra. No caso, a água, e que, portanto, é preciso se apropriar dessa natureza para que seja mais produtiva.

Para se criar um boi, por exemplo, que dará 500 kg de carne em dois anos é necessário um hectare de terra e um bom pasto. Porém, com um tanque escavado em ½ hectare é possível produzir 8 mil kg de carne de peixe em seis meses.

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“Essa pode ser mais uma ferramenta de produção no desenvolvimento rural da região, sendo mais um instrumento de desenvolvimento na produção de alimentos, gerando segurança e a soberania alimentar”, acredita Sabanay.
 

De acordo com ele, a carne do peixe é a proteína animal mais consumido do mundo. Porém, a atividade pesqueira por si só, não é capaz de aumentar a quantidade de peixe consumido no país, já que por características particulares do Brasil, não se tem grandes quantidades de populações de peixes (embora se tenha muita variedade de espécies).

A solução, portanto, está justamente na aquicultura. “E as organizações do campo são fundamentais nesse debate pela ocupação desse novo espaço constituído de água, justamente pelo seu componente organizativo, entendendo a água enquanto uma ferramenta pública e de acesso livre”, disse. 

Um dos projetos do ministério na região, apresentado por Sabanay e que está sendo discutido com os movimentos sociais, é trabalhar essa atividade nos reservatórios dos rios Paraná e Paranapanema, tendo como finalidade a compensação das populações atingidas na construção das barragens e organizar a ocupação da água duplicando o potencial de cada família.

“Existe um acúmulo por parte do MST sobre a Reforma Agrária no Brasil, sobre o desenvolvimento do modelo de produção e ocupação do espaço produtivo, da forma mais justa e igualitária. E nós queremos essa experiência para o desenvolvimento da ocupação os recursos hídricos enquanto um espaço produtivo”, destacou.

A 1° Expo Euclides e Feira da Reforma Agrária acontece ao longo de toda essa semana, entre os dias 8 a 15 de setembro. Neste domingo (15), os assentados da Reforma Agrária promovem a Romaria da Terra e das Águas, que terá início às 9h no Assentamento São Bento, em Mirante do Paranapanema.