Em nota, MST da Paraíba lamenta morte de trabalhadora sem terra

Pedrina Alves de Santana tinha 45 anos e há seis anos lutava pela terra embaixo da lona preta.

 

Da Página do MST

 

Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), do estado da Paraíba, lamenta a morte da trabalhadora sem terra Pedrina Alves de Santana, que há seis anos estava lutando pela terra e vivendo embaixo da lona preta, no Acampamento da Penha.

 

Confira abaixo, a nota na íntegra. 

 

Pedrina Alves de Santana,
Uma semente regada pela luta do povo!
 
O mês de abril tem sido marcado por intensas mobilizações no país. No dia 17 de abril lembramos os 21 trabalhadores rurais mortos em Eldorado dos Carajás (PA) que seguem clamando por justiça após 19 anos de impunidade e pela Reforma Agrária que está paralisada.
 
O MST da Paraíba ocupou o INCRA desde o dia 14 de abril de 2015 fazendo unidade com a luta das Centrais Sindicais, que também ocuparam as ruas, e, com a resistência dos Movimentos Urbanos contra o Projeto de Lei 4330. Outro grande objetivo dessa Jornada Nacional de Lutas é cobrar do governo o assentamento imediato das mais de 130 mil famílias no Brasil que vivem em baixo das lonas, das quais 3.200 são Paraibanas.
 
Pedrina Alves de Santana (45 anos), do município de Uiraúna- PB, há seis anos estava lutando pela terra e vivendo embaixo da lona preta, no Acampamento da Penha. Nossa comapanheira mais uma vez estava presente na Jornada de Lutas e veio a óbito às 4h da manhã de hoje (20 de abril) no INCRA – SR 18 do Estado da Paraíba. Pedrina sempre participou firmemente nas mobilizações, entretanto faleceu sem ter visto nenhuma perspectiva de vistoria pelo INCRA para sua terra e sem ter posicionamento sobre a situação das famílias acampadas na Paraíba.
 
A luta pela terra e pela reforma agrária na Paraíba e no Brasil historicamente vem sendo marcadas pela vida dos trabalhadores e trabalhadoras que morreram na luta, a exemplo, João Pedro Teixeira, Margarida Maria Alves e agora a companheira Pedrina que durante essa Jornada de Luta, tornou-se mais uma semente regada pela luta do povo!
 
Repudiamos a morosidade do Estado e do governo brasileiro nas desapropriações de terras para as 130 mil famílias acampadas em todo o Brasil; reafirmarmos que a luta da companheira Pedrina será alimentada e que o sangue dos nossos mártires e a esperança da conquista da terra, tão almejada por Pedrina, nutrirá novos frutos para nossa Luta e Liberdade!
 
Solidariedade à família de Pedrina!
E queremos dizer ao Governo e aos assalariados da morte que:
 
A liberdade da terra e a paz no campo têm nome:
Reforma Agrária.
Hoje viemos cantar no coração da cidade.
Para que ela ouça nossas canções e cante.
E reacenda nesta noite [dia] a estrela de cada um.
E ensine aos organizadores da morte
E ensine aos assalariados da morte
que um povo não se mata
como não se mata o mar
sonho não se mata
como não se mata o mar
a alegria não se mata
como não se mata o mar
a esperança não se mata
como não se mata o mar
e a sua dança.
(Poema: A fala da terra, Pedro Tierra).
 
Pedrina:
Presente! Presente! Presente!
 
 
Direção Estadual do MST da PB
João Pessoa – PB, 20 de Abril de 2015.