Ato político marca abertura da Feira da Reforma Agrária em São Paulo

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST
Fotos: Pablo Vergara

O ato político com a presença de autoridades e representantes de movimentos populares parceiros do MST marcou a abertura oficial das atividades da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que ocorre a partir desta quinta-feira (4), até o próximo domingo (7).

“Estamos aqui hoje para inaugurar oficialmente este grande evento, esta grande feira dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de todo o Brasil”, disse Delwek Matheus, da coordenação da feira, no começo da atividade.

O primeiro a falar foi o Secretário Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, Mário Fernando Elias Rosa. Representando o governo do estado, Rosa destacou a importância do apoio à agricultura familiar. “Nós do estado de São Paulo queremos acolher cada um de vocês. Acreditamos que a agricultura familiar deve ser uma prioridade para qualquer governo de qualquer estado. Por isso, contem conosco e sejam bem-vindos”.

Já a deputada estadual paulista Beth Sahão (PT) destacou que além das mais de sete mil famílias assentadas no estado, ainda existem milhares de outras acampadas, o que evidencia a necessidade de maior atenção à política agrária pelos governos. “Aqui no estado de São Paulo nós ainda temos um longo caminho a percorrer, para poder ter de fato uma política agrária que resolva, não só as questões relacionadas à regularização fundiária, mas também o tema da alimentação de qualidade para toda a população”.

Emocionada, a vereadora Juliana Cardoso (PT), que colaborou com a organização da feira, comemorou o sucesso das primeiras horas de atividades. “Contra a vontade dos poderosos e com muita resistência, o MST está dando uma prova de que sim, é possível construir uma sociedade diferente, através desta feira”.

Representantes de movimentos populares parceiros do MST também tomaram a palavra durante o ato de abertura da Feira da Reforma Agrária. Josué Rocha, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), destacou o momento político que vive o país, a sucessão de retrocessos em direitos conquistados e a crescente criminalização dos movimentos populares. “Estamos vivendo um momento de profundos retrocessos, mas também de muita luta no campo e na cidade. É um momento de muita resistência. Mas também é o momento para mostrarmos os frutos da luta. E esses frutos estão aqui no Parque da Água Branca nesse fim de semana.”

“É importante mostrar que a Reforma Agrária traz resultados. Esta feira é fruto da batalha cotidiana pela terra e que resultou nesta incrível produção saudável. Por isso, saudamos essa inciativa e aproveitamos para dizer que o MTST está junto com o MST nas lutas cotidianas, e seguirá junto nas lutas que ainda estão por vir”, declarou Rocha.
 

Também participaram do ato político a representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Levante Popular da Juventude, Jessy Daiane, o diretor executivo do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Marco Pilla, a integrante da Marcha Mundial de Mulheres, Maria Fernanda Marcelino, e Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP).

Mais de 800 feirantes, trabalhadores e trabalhadoras acampados e assentados da Reforma Agrária, participam do evento. 250 toneladas de alimentos serão comercializados durante os quatro dias de atividades. Além da feira de produtos in natura, há um espaço gastronômico dedicado à culinária dos 23 estados presentes, seminários sobre o tema da alimentação saudável e apresentações culturais diversas.

Confira aqui a programação completa da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária.

*Editado por Gustavo Marinho