Circuito de Feiras do DF: uma experiência de diálogo entre campo e cidade

Durante três dias, rodas de conversa e seminários abordaram temas importantes para os trabalhadores.

photo_2017-08-06_15-47-23.jpg

 

Por Vinícius Remer da Silva
Da Página do MST
Fotos: Mídia Ninjka

 

Entre 4 e 6/08 aconteceu o Circuito de Feiras da Reforma Agrária – 3ª etapa, em Ceilândia, que contou com a presença de vários moradores e moradoras da maior cidade do Distrito Federal.

Na feira, o público se deparou com mais de 100 variedades de alimentos da Reforma Agrária, de hortaliças a queijos e geleias, além das comidas típicas presentes no Espaço Culinária da Terra. 

“O nosso circuito de feiras é um espaço para fortalecer a organização produtiva dos nossos assentamentos e para aprofundar o diálogo entre o campo e a cidade”, afirma Bárbara Loureiro, dirigente estadual do setor de produção do MST do Distrito Federal e Entorno.

Para ampliar o diálogo, o MST promoveu a roda de conversa “Mulheres: Urbanas, Camponesas e Indígenas na luta”. Foi um espaço misto, com mulheres e homens, onde foi abordado o tema “Feminismo para Todos”. Também a importância da auto-organização das mulheres no enfrentamento às violações de direitos e o aumento das violências.

“A emancipação se dá através da organização popular e em se reconhecer enquanto mulher da classe trabalhadora”, ressaltou Laura Lyrio, do Levante Popular da Juventude.

No último dia de feira, no seminário “Os golpes na classe trabalhadora e os desafios atuais”, foi abordado como o atual governo golpista está prejudicando todos e todas trabalhadores em diversas áreas, na educação, indígena, saúde e trabalho.

photo_2017-08-06_10-58-57.jpg

Na mesa, os participantes falaram com propriedade sobre esses setores que estão sendo prejudicados pelo governo atual. “As reformas não servem aos acampados, aos trabalhadores, mas a elite, a um Estado menos democrático e mais elitista”, destacou Rodrigo Rodrigues, representante da CUT.

Já Marco Baratto, dirigente nacional do MST, apontou caminhos para os trabalhadores reverterem o cenário atual do golpe e conquistarem mais direitos. “Temos que construir lutas organizadas, que dê prejuízos para setores estratégicos da burguesia. A linguagem que eles entendem é a linguagem do bolso” e afirmou mais: “se a gente quer avançar na luta de classes, precisamos estar nas periferias, que é onde estão os trabalhadores, para que a gente chegue próximo ao povo e construa um diálogo concreto”;

Balanço

Ao todo, 10 mil pessoas passaram pela feira em três dias de evento. Foram comercializadas 10 toneladas de alimentos, com participação de 150 feirantes e 30 assentamentos do Distrito Federal e Entorno. Os moradores também aproveitaram diversas atrações musicais gratuitas, como viola caipira, forró, samba, e finalizando a noite de domingo, o rap.

“A gente está aqui em Ceilândia, uma cidade com mais de 500 mil habitantes, para mostrar para a sociedade que quem produz alimentos é a agricultura camponesa, são os pequenos agricultores e não o modelo do agronegócio, o modelo que só envenena o campo”, reforçou a dirigente estadual do MST Bárbara Loureiro.

 

 

*Editado por Rafael Soriano