22º Encontro Estadual do MST do DF e Entorno discute ações para 2020

Ao final do Encontro, as famílias Sem Terra de todo Distrito Federal e Entorno devem ter definidos os principais objetivos de 2020
22º Encontro Estadual do MST do Distrito Federal e Entorno vai até este próximo sábado (14). Foto: Adriana Gomes

Por Janelson Ferreira
Da Página do MST

Teve início nesta quinta-feira (12) o 22º Encontro Estadual do MST do Distrito Federal e Entorno. Contando com cerca de 200 pessoas, o Encontro ocorre no Centro de Educação Popular e Agroecologia Gabriela Monteiro, em Brazlândia-DF. Ao longo de três dias, famílias acampadas e assentadas na região farão um balanço deste ano de 2019 e apontarão linhas de ação para 2020.

A atividade, que vai até este próximo sábado (14), traz temáticas para debates que envolvem a organização dos territórios Sem Terra, a formação política, o trabalho de base, as consequências do patriarcado sobre a vida das mulheres, a cultura do MST, entre outros. A proposta é que, ao final do Encontro, as famílias Sem Terra de todo Distrito Federal e Entorno saiam com os principais objetivos de 2020 definidos.

José Dirceu. Foto: Adriana Gomes

Na mesa de abertura do Encontro, José Dirceu, dirigente histórico e fundador do Partido dos Trabalhadores, apontou a necessidade de retomar a construção do poder popular. “A esquerda cresceu quando estava nos bairros. Nós temos um legado, construímos este país e não podemos esquecer disto”, afirma Dirceu. De acordo com o dirigente, a ação da direita nos últimos anos no Brasil vem, justamente, para provocar um desmonte nos avanços que o país teve. “O Brasil tinha controle sobre o petróleo, a energia e o gás, bancos públicos com alta capacidade de investimento. E o desmonte recai exatamente sobre as estatais, os bancos públicos e as indústrias”, ressalta.

Para Sandra Cantanhede, da direção estadual do MST, o momento que a sociedade vive atualmente é de uma barbárie social. “A crise atual gera consequências muito concretas para a classe trabalhadora no Brasil, enquanto o agronegócio, por exemplo, usa estes momentos para lucrar mais”, analisa Cantanhede. De acordo com a dirigente, neste cenário é fundamental se pensar ferramentas para contrapor este modelo. “A agroecologia vem justamente para contestar esta agricultura do veneno”, aponta.

“Agroecologia é disputa de poder também, e esta é uma das bandeiras mais importantes para nós”, destaca Bárbara Loureiro, do Setor de Produção do MST. A militante destaca também a importância desta disputa no atual cenário político brasileiro. “Com o governo Bolsonaro liberando mais de 400 venenos desde que tomou posse, mais do que nunca plantar e comer alimento saudável é um ato político no Brasil”, ressalta.

Foto: Adriana Gomes

O Encontro Estadual é a principal instância do MST nos Estados. Nestes espaços, que ocorrem, geralmente, uma vez por ano, é feito um balanço das lutas e das tarefas do período que passou e um planejamento e apontamento de linhas de ação para o futuro.

No DF e Entorno, o 22º Encontro ocorre em um momento que, além de ser desfavorável nacionalmente, com o governo Bolsonaro, também é em nível local. O atual governador do DF, Ibaneis Rocha, está alinhado ao governo federal, aplicando uma política de privatização, sucateando as instituições públicas.

Como encerramento do Encontro, ocorrerá um Ato Político com todas as organizações parceiras do MST no Distrito Federal. A proposta do ato é realizar um momento de solidariedade de partidos, sindicatos, organizações populares do campo e da cidade, parlamentares e outros, com o Movimento Sem Terra.

*Editado por Fernanda Alcântara