Assembleia da Militância

Assembleia do MST em SP discute “Parada Pela Vida”: Vacina no braço, comida no prato e Fora Bolsonaro!

MST em São Paulo também debateu a conjuntura no Brasil e no estado durante Assembleia da Militância
Trabalhadoras e trabalhadores do MST em SP doam alimentos da Reforma Agrária para Casa dos Pobres São Francisco na Jornada de Lutas de Abril. Foto: MST em SP

Por Coletivo de Comunicação do MST São Paulo
Da Página do MST

Com o objetivo de dialogar com os militantes e as militantes do MST no estado de São Paulo foi realizado uma Assembleia na última sexta-feira (30). A atividade on-line discutiu sobre os alertas da situação da saúde, os cuidados e as tarefas que precisamos priorizar em relação à Covid-19, com orientações sobre a campanha “Parada Pela Vida” do Movimento, com a produção de alimentos saudáveis e a conjuntura no nosso país, tendo como tema central: Vacina no braço, comida no prato e Fora Bolsonaro.

Gilmar Mauro, Coordenação Nacional do MST, abriu a Assembleia com uma análise de conjuntura voltada para os desafios no enfrentamento ao governo de Jair Bolsonaro, destacando como a política genocida deste governo nos levou a atingir a marca dos 400 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid-19. Gilmar trouxe dados ilustrativos sobre o avanço a pandemia focando nos aspectos geracionais: em torno de 70% das pessoas mortas são idosas (60 anos ou mais), mas os especialistas já alertam para uma possível terceira onda da pandemia, onde os mais atingidos são jovens e crianças. Por isso que nossa militância está sendo chamada a cuidar da saúde, se proteger, respeitar todas as orientações necessárias para evitar o espalhamento da doença e dialogar com nossa base sobre a importância de usar máscara, higienizar as mãos e manter o distanciamento social.

Esse cenário se converge com uma realidade também muito alarmante no nosso país. Já somamos mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras na condição de desemprego, enquanto que 100 milhões de pessoas passam fome ou não se alimentam de forma adequada nutricionalmente. Portanto, o momento é de criar estratégias para tirar o Bolsonaro do governo, essa deve ser a nossa pauta para salvar vidas.

Já vemos sinais de instabilidade deste governo. Pesquisa recente divulgada pelo PoderData, realizada entre os dias 26 e 28 de abril de 2021, mostra que 57% da população desaprova o governo Bolsonaro. A pesquisa traz detalhes sobre a desaprovação do governo: 67% dos jovens, 62% dos idosos, 59% das mulheres e 74% dos nordestinos desaprovam este governo.

Outro sinal desta instabilidade foi a abertura da CPI da Covid no Senado, por decisão quase que majoritária do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Esta CPI deverá investigar a conduta, ações e omissões, do governo federal perante a pandemia e o uso de recursos transferidos do governo federal para os estados e municípios.

“Estamos na barbárie! Iniciamos o movimento no final da ditadura, passamos pelo Collor, FHC, Dilma, Lula e hoje, com este genocida, seguimos fortes, unidos na luta com solidariedade e companheirismo. Precisamos quebrar a dormência da consciência, precisamos fazer isso em todos os nossos territórios. Levar para a base a realidade do desgoverno o conhecimento das fake news”, enfatizou Gilmar Mauro.

Um tema debatido na nossa assembleia foi a saúde e os cuidados neste momento de pandemia. Claudete Pereira, da Direção Estadual do MST, nos alerta que é urgente que a nossa militância e a nossa base compreendam os riscos das fake news, como o Kit Covid defendido por este governo. Também é importante que a base social do MST domine o tema das 10 medidas necessárias para o enfrentamento de todo o povo à Covid-19 (confira todas as medidas no anexo abaixo). Esse diálogo deve acontecer em todos os espaços onde estamos inseridos: acampamentos, assentamentos, associações, cooperativas, igrejas, escolas, centros de formação, etc.

“Temos que estar em isolamento e que o isolamento seja produtivo, com muita alimentação saudável. Nosso papel é a solidariedade, é partilhar nossos alimentos juntos às periferias onde tem muitas famílias passando fome”, afirmou Claudete.

João Antonio, médico formado em Cuba e membro do Setor de Saúde do MST, também alerta que a luta contra o vírus começa com a prevenção: usar máscara, usar álcool em gel (70%), higienização das mãos com água e sabão e distanciamento social. “Neste momento devemos manter as escolas, templos religiosos e qualquer espaço coletivo fechados. Ao mesmo tempo, combater o projeto genocida deste governo pedindo o impeachment de Bolsonaro. Devemos levantar nossas bandeiras e massificar nossas ações de agitação e propaganda de forma a dialogar com nossa base”, disse ele.

O terceiro ponto da nossa assembleia foi o debate sobre a linha política da solidariedade e produção de alimentos saudáveis. Estamos vivendo uma crise política, social, ambiental e sanitária. É um período delicado de paralização da Reforma Agrária, por isso a questão alimentar e a questão ambiental estão no centro do debate. É emergente a necessidade de pensar a Reforma Agrária Popular, precisamos pensar na defesa do nosso território, na questão política, ambiental e sanitária de forma articulada.

Delwek Matheus, da Direção Estadual do MST, lembra o desafio do nosso movimento organizado em isolamento produtivo com a produção de alimentos saudáveis para abastecer as nossas famílias em seus territórios e as famílias de trabalhadores e trabalhadoras, que vivem nas periferias urbanas. Nossa solidariedade está em compartilhar as condições de produzir, na partilha das sementes, envolver as mulheres, jovens e crianças e nas nossas alianças entre a classe trabalhadora.

“A produção de alimentos deve ser pensada e praticada alinhada à perspectiva do combate ao desmatamento e degradação ambiental causada pelo agronegócio, chamando a atenção para a preservação ambiental, como a recuperação de nascentes, manutenção das Áreas de Preservação Permanentes (APPs), açudes e mananciais. É nessa perspectiva que o MST de São Paulo tem a meta de plantar 4 milhões de árvores espalhadas por todas as regiões do estado. Pensando nisso, devemos incentivar nossa base a produzir alimentos com base na agroecologia em Sistemas Agroflorestais (SAFs) para preservar a natureza, produzir alimentos saudáveis abastecer nossas mesas, partilhar com as famílias da periferia e gerar renda”, explicou Delwek.

Com essas linhas políticas e compromissos com a sociedade e junto com a classe trabalhadora, nós lutamos por #ComidaNoPrato #VacinaNoBraço #ForaBolsonaro #ForaGenocida #MáscaraPelaVida.

Confira abaixo, baixe, compartilhe e repasse as “Dez medidas necessárias para o enfrentamento do povo à Covid-19“ e salve vidas!

*Editado por Solange Engelmann