Cinema

Confira programação e convidados na exibição do filme Marighella em assentamento do MST

Atividades realizadas no Extremo Sul da Bahia contam com presença do diretor Wagner Moura e parte do elenco, além de outros artistas, familiares de Marighella, políticos e ativistas da Reforma Agrária Popular
Filme Marighella. Foto: Divulgação

Da Página do MST

As atividades relacionadas à exibição do filme Marighella, a serem realizadas no próximo dia 6 de novembro no assentamento Jacy Rocha, no Extremo Sul da Bahia, terão uma programação especial. Acompanhado por um ato político, o evento contará com a participação do diretor do filme e parte do elenco, além de vários outros convidados especiais, e uma vasta programação em celebração ao legado de Marighella.

Entre as presenças confirmadas, destaca-se a visita ao assentamento do ator Wagner Moura, diretor do filme. Marighella é a estreia de Moura na direção de um longa-metragem, que foi adiado por dois anos no Brasil, mas estará nos cinemas neste 4 de novembro. Parte do elenco também estará presente na exibição e no bate-papo sobre o filme, como Vanessa Cardoso, Felipe Fernandes, Herson Capri, Pastor Henrique Vieira, Bella Camaro e Maria Marighella, atriz, vereadora da cidade de Salvador e neta de Carlos Marighella.

Wagner Moura é uma das presenças confirmadas na exibição do filme em assentamento do MST na Bahia. Foto: Berlinale/Reprodução

Outros artistas apoiadores da Reforma Agrária Popular também estarão presente nesta celebração do legado de Marighella. É o caso de José de Abreu, Otavio Muller, Pally Siqueira e Tata Amaral. Também são presenças confirmadas influencers e ativistas sociais como Tie Vasconcelos, Rene Silva, Pedro Rodrigues e Nelsinho.

Maria Marighella e Carlinhos Marighela, familiares do líder baiano, acompanharão as místicas e atividades, assim como Vovo, fundador e presidente do bloco afro do Carnaval de Salvador Ilê Aiyê. O jornalista e político Paulo Vannuchi também participará da conversa, contando um pouco de sua experiência como ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), a mesma organização de Marighella, e sua cruzada contra a prática de tortura.

Programação

Nos dias 5 e 6 de novembro, algumas atividades estão previstas para acontecer antes do ato político de exibição do filme. Na sexta, o MST realizará uma Jornada da Juventude Camponesa, com atividades de formação política e agitação e propaganda entitulada “Jornada Socialista”, resgatando a importância dos ideais de Marighella. No mesmo dia, haverá ainda uma Feira Agroecológica, com produtos produzidos em áreas da Reforma Agrária Popular.

No sábado, o evento começa às 9h com uma Plenária dos Povos Tradicionais, de Terreiros, Indígenas e Quilombolas. E segue com o lançamento da campanha Plantar Árvores Produzir Alimentos saudáveis, reafirmando a meta de plantio de 100 milhões de árvores, 2 mil só no bosque Marighella.

Durante a tarde haverá um encontro de amigos do MST e um ato em Defesa da Reforma Agrária, com apresentações culturais e análise de conjuntura. Ás 16h30 será lançado no espaço o livro “Abreugrafia”, com a autobiografia de José de Abreu. A exibição do filme está marcada para às 18h30, seguido por uma mesa de debate sobre a obra, com Wagner Moura e elenco.

Sobre Marighella

“Não tive tempo para ter medo”, disse Carlos Marighella, assassinado pelo Estado Brasileiro em plena ditadura militar. Político, escritor e guerrilheiro, Marighella entrou para a história por sua postura comunista marxista-leninista e sua luta constante diante destes ideais.

Em paralelo às suas atividades de campo, Marighella publicou livros e textos que se tornaram clássicos em dezenas de idiomas, como o Minimanual do guerrilheiro urbano. Deputado federal, poeta e estrategista da guerrilha, Marighella viu em vida os principais acontecimentos históricos do século passado. Segundo Wagner Moura, a história de Marighella ressalta o racismo do Estado brasileiro. “Marighella, negro, revolucionário, foi assassinado por forças do Estado em 1969 no seu carro e, 50 anos mais tarde, uma vereadora negra morreu da mesma forma nas mãos, provavelmente, de agentes do Estado”, disse Moura.

*Editado por Solange Engelmann