Jornada Nacional

7 Pontos que você precisa saber sobre o “Abril Vermelho” do MST

Confira informações importantes sobre o mês em que o MST realiza a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, com ações por todo o país
A Jornada de Abril deste ano denuncia a fome e a escravidão e reafirma a luta pela terra, a democracia e a defesa do meio ambiente. Foto: Coletivo de comunicação do MST/BA e Jonas Souza

Da Página do MST

1. Como a data surgiu?

O nome “Abril Vermelho” foi criado pela imprensa ao se referir às atividades pelo MST neste mês. Durante todo o mês de abril o MST realiza a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, organizada em todo o país, para reafirmar a centralidade da luta pela terra no Brasil e a importância de implantar um projeto de Reforma Agrária para desenvolver o campo, produzir alimentos saudáveis e combater à fome.

2. Quais as demandas do MST na Jornada deste ano?

Este ano o MST organiza a 26º Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária de 2023, que tem como lema a luta pela “Reforma Agrária contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente!”. Estão previstas ações em todo o país para denunciar o avanço dos casos de trabalho escravo, que vem sendo praticado pelo agronegócio, que domina a lista suja do trabalho escravo e não produz alimentos para a mesa do povo brasileiro, além de destruir as florestas e o meio ambiente, com as queimadas e o monocultivo de commodities, usando alta quantidade de agrotóxicos.

Cerca de 100 mil famílias Sem Terra ainda vivem em acampamentos provisórios por todo o país, muitas estão há mais de dez anos vivendo em barracas de lona preta.

3. Qual a principal data de luta do MST em abril?

No 17 de abril é celebrado o Dia Internacional de Luta Camponesa, criado pela Via Campesina, que reúne um conjunto de organizações de camponeses do qual o MST faz parte, com movimentos camponeses de cinco continentes.

No Brasil, o dia 17 abril é lembrado como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, a partir de um decreto assinado pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Na data, o MST e um conjunto de movimentos populares do campo e da cidade no Brasil e no mundo realizam ações em defesa da luta pela Reforma Agrária e democratização da terra no país.

4. Por que o MST relembra o 17 de abril?

A data é em homenagem e memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, em que a Polícia Militar do Pará atacou uma manifestação de 1.500 famílias Sem Terra, assassinando 21 trabalhadores rurais e deixando outras 69 pessoas mutiladas, em 17 de abril de 1996, na altura da curva do S, no município de Eldorado do Carajás, Pará. Neste ano o Massacre completa 27 anos de impunidade. Para mais informações acesse AQUI.

5. Por que o MST luta pela Reforma Agrária Popular?

O MST defende a Reforma Agrária Popular como um projeto de agricultura sustentável para produzir alimentos à todo o povo brasileiro do campo e da cidade, e combater a fome, em contraposição ao agronegócio, que usa trabalho escravo e concentra a terra, espalhando mais miséria e destruição no campo.

A Reforma Agrária também gera emprego e trabalho cooperado, com maior dignidade para trabalhadoras e trabalhadores rurais. Além de democratizar o acesso à terra, fortalecer a democracia brasileira e diminuir as desigualdades sociais.

6. Há quanto tempo o MST luta pela democratização da terra no Brasil?

O MST tem mais de 39 anos de lutas e resistência no campo e segue rumo aos 40 anos, lutando pela terra, pela Reforma Agrária e por mudanças sociais, com ocupações de latifúndios, beiras de estradas e prédios públicos.

7. Em quantos estados o MST está organizado?

Em quatro décadas de marchas e mobilizações pelo país, a partir da organização coletiva dos Sem Terra, hoje o MST está presente em 24 estados e organizado nas cinco regiões do país. São cerca de 450 mil famílias que conquistaram a terra, implantando assentamentos com cooperativas, associações e grupos coletivos de famílias que produzem alimentos saudáveis, preservam o meio ambiente e constroem comunidades rurais com vida digna. Saiba mais AQUI.

*Editado por Fernanda Alcântara