Dia da Caatinga

Sem Terra organizam mutirão de plantio de árvores e recuperação ambiental na Caatinga

Resistência, produtos e sabores que expressam o bioma marcam presença na IV Feira Nacional da Reforma Agrária, de 11 a 14 de maio, em São Paulo
Atividades integram o Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis. Foto: MST RN

Da Página do MST

No dia da Caatinga, comemorado nesta sexta-feira (28), relembramos a importância desse bioma exclusivamente brasileiro, que abriga uma diversidade de espécies vegetais e animais e tem sido muito importante na produção de alimentos saudáveis, especialmente para as famílias assentadas e da agricultura familiar camponesa.

A resiliência, resistência, bem como os sabores desse bioma, que se expressam nos alimentos saudáveis, no artesanato e na arte, poderão ser visualizados e adquiridos na IV Feira Nacional da Reforma Agrária, que acontece de 11 a 14 de maio, no Parque Água Branca, em São Paulo.

Em homenagem ao bioma, o MST realiza um mutirão de plantio de árvores em vários territórios do país, com foco nas Escolas do Campo em áreas da Reforma Agrária. O objetivo é conscientizar as pessoas sobre a necessidade do cuidado com o meio ambiente e chamar atenção para a importância do equilíbrio e harmonia entre as famílias camponesas, produtoras de alimentos, e o meio ambiente.

“Os plantios na Caatinga fortalecem a organização do território, reafirmando nosso compromisso com a construção de uma Reforma Agrária Popular e a preservação ambiental”, afirmam os Sem Terra.

Foto: MST AL

As atividades integram o Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, em que as famílias Sem Terra, estudantes, educadoras/es e a juventude realizaram o plantio de mudas em áreas degradadas, bosques, encostas de rios, córregos e nascentes de água. Os plantios seguem durante todo o ano.

No município de Delmiro Gouveia, em Alagoas, as famílias dos assentamentos da Reforma Agrária participam de mais uma etapa de construção do Plano de Conservação Dinâmico da Caatinga, com oficinas de patrimônio histórico, cultural e ambiental, executadas pela Embrapa Territórios e Alimentos e IPHAN Alagoas, reforçando a importância dos assentamentos para salvaguardar os saberes do bioma.

Sem Terra em atividades do Plano de Conservação Dinâmico da Caatinga. Fotos: MST AL

Na Escola Municipal Professor José Arnaldo, no município de Lagoa Grande, Pernambuco, estudantes do quarto ano celebraram a data com plantio de árvores e ampliação da horta.

Foto: MST/PE

Chamado de mata branca em Tupi-guarani, devido ao aspecto da vegetação no período de seca, a Caatinga abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão e a faixa norte de Minas Gerais. O bioma realizou um extraordinário processo de transformação ao longo dos anos, mas infelizmente o “desmatamento silencioso” faz com que mais de 50% das áreas do semiárido brasileiro se encontrem em processo de desertificação acentuada.

Uma diversidade de famílias Sem Terra vivem atualmente no Bioma Caatinga, produzindo alimentos saudáveis e plantando árvores, a partir do sistema de produção agroecológico, aliando produção de alimentos à recuperação ambiental, visando o cuidado dos bens comuns da natureza e a regeneração do bioma, e construindo relações mais equilibradas entre ser o humano e natureza.

*Editado por Maria Silva