Jornada de Lutas!

Sem Terrinha iniciam Jornada Nacional de Lutas, nesta segunda (09)

Com o lema “Sem Terrinha em luta: viva os 40 anos do MST”, crianças dos acampamentos e assentamentos realizam uma diversidade de ações ao longo da semana
Em homenagem aos 40 anos do MST, Jornada conta com ações até sábado (14) nas áreas de reforma agrária. Foto: Gustavo Marinho

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Mobilizando centenas de crianças dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária em todo o país, crianças do MST realizam desta segunda-feira (09) até sábado (14), mais uma Jornada das Crianças Sem Terrinha. Em homenagem aos 40 anos do MST, a Jornada em 2023 deve realizar atividades de organização, estudo e brincadeiras com as crianças Sem Terra.

Sob o lema “Sem Terrinha em luta: viva os 40 anos do MST!”, estão previstas ações de solidariedade, plantio de árvores, além de encontros regionais e estaduais que vão reunir as crianças Sem Terrinha nas celebrações de quatro décadas que o MST completará em 2024.

“A Jornada Nacional das Crianças Sem Terrinha se configura como espaço-tempo pedagógico que combina a confraternização, o estudo, a organização coletiva e a luta social das crianças, e desde o ano de 1994 o mês de outubro foi adotado como período de realização, justamente pela data comemorativa do dia das crianças”, explicou Valter Leite, do Setor de Educação do MST.

Essa que será a 29º Jornada Sem Terrinha construída pelas crianças do MST será marcada principalmente pelas iniciativas de celebração dos 40 anos do Movimento Sem Terra, pautando o papel e o lugar da infância no Movimento Sem Terra, mas também reafirmando a organização das crianças na luta popular.

Valter Leite. Foto: Arquivo pessoal

Valter ressaltou que o processo de auto-organização das crianças no MST é fundamental para a construção do Movimento, mas também para a luta em defesa da Reforma Agrária Popular. “Este espaço proporciona o fortalecimento da identidade do Sem Terrinha por meio do desenvolvimento de atividades artísticas e culturais, assim como, desde as necessidades reais da vida nos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária. E se torna um espaço das crianças reivindicarem seus direitos sociais no âmbito do lazer, da cultura, da educação e da infraestrutura em geral”, refletiu.

Também como parte pedagógica da Jornada em 2023, as crianças Sem Terrinha devem ainda realizar um conjunto de atividades que integram o Festival Literário do MST “Escrevivências Sem Terra: Luta e Construção”, numa ampla convocação para a produção literária de todos os sujeitos organizados nos acampamentos e assentamentos do Movimento. A Jornada prevê realização de rodas de leitura, oficinas de escritas e saraus literários, no estímulo à produção das crianças também no campo da literatura.

Nossa Jornada é um espaço-tempo propício para os Sem Terrinha exercitarem a condição humana de se auto-organizarem, enquanto lutadores/as no presente e construtores/as do futuro, que participam de forma coletiva, lúdica, ativa e criativa das mudanças sociais em sua vida”, sinalizou Valter.

Pelo Direito à Participação

Marcando o primeiro dia da Jornada, Sem Terrinha participaram nesta segunda (09) do Pré-Encontro Nacional de Crianças e Adolescentes pelo Direito à Participação, em São Paulo. A atividade que reuniu crianças e adolescentes de várias organizações e regiões de São Paulo, teve a participação da Sem Terrinha Maria Júlia Fernandes, na abertura do encontro, que mencionou o início da Jornada e o papel da organização das crianças no MST.

“Podemos dizer que o lugar da infância Sem Terra é nos diferentes espaços do Movimento, onde nos organizamos desde os acampamentos, seja em uma ciranda itinerante como também cirandas permanentes, bem como nas escolas públicas nos assentamentos”, comentou Maria Júlia.

Crianças Sem Terrinha iniciam atividades no ES. Fotos: @sergio_cardoso

Ainda como marco do início da Jornada Sem Terrinha de 2023, no Espírito Santo cerca de 500 crianças realizaram o 11º Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha, em Vitória. A atividade ocorreu no Centro de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com representação de crianças de todas as regiões do estado.

*Editado por Solange Engelmann